É inegável que a gestão do departamento jurídico ganhou novos contornos nos últimos tempos. No lugar de um ambiente encastelado em meio às demais estruturas de uma organização, passamos a ter uma área mais interligada a todas as interfaces de negócios.
Isso se deve a uma ressignificação do trabalho das assessorias jurídicas, que deixaram de simplesmente apontar o que se deve fazer ou não em termos legais. Agora, o que as lideranças das organizações esperam encontrar são times de advogados muito mais engajados em relação aos objetivos das organizações, atuando de forma estratégica na busca pelos melhores resultados.
Tendo em vista esse quadro, organizamos o post de hoje com algumas estratégias voltadas à gestão do departamento jurídico. Falaremos sobre como gerar valor para o seu time de advogados, além de indicar algumas ferramentas que podem otimizar seus processos de trabalho. Confira!
Um advogado que opta por enveredar pelo direito empresarial e representar os interesses de uma empresa atuando de dentro da organização deve ter ciência de qual é o seu papel nos dias de hoje. Isso porque o que se espera desse profissional não é uma atuação convencional, voltada à análise estritamente técnica de processos.
Na prática, as atribuições que competem a esse advogado vão além disso e passam por questões como gestão de pessoas, facilitação de processos de trabalho, averiguação de conformidade de procedimentos, dimensionamento de riscos, entre muitos outros pontos.
Muitos especialistas em carreiras jurídicas já têm chamado os advogados de empresas de gestores de assuntos jurídicos, dado o hall de competências e atribuições desse profissional. Em última instância, é necessário tornar os departamentos jurídicos centros geradores de negócios.
Como apontado até aqui, atualmente, os líderes das organizações esperam muito dos departamentos jurídicos. Esse aumento de expectativas deve vir igualmente acompanhado de esforços para engajamento das equipes que compõem esse departamento. Afinal, não basta sobrecarregar um setor e esperar a entrega de mais e melhores resultados, é preciso criar condições para isso.
Nesse sentido, o melhor a ser feito é estruturar um bom plano de carreira para assessoria jurídica de sua organização e um sistema de incentivos atrelado a metas. Somente assim é possível reter talentos e atrair novos profissionais preparados para atuar em sua empresa.
Não se esqueça que grandes escritórios de advocacia e a magistratura, potencialmente, recrutam a maior parte dos bons profissionais. Portanto, cabe ao meio empresarial tornar-se um ambiente cada vez mais atrativo.
Agora que você já sabe que engajar os colaboradores é parte fundamental da gestão do departamento jurídico, podemos tratar do outro lado da moeda, que diz respeito à mensuração do desempenho de sua equipe.
Pouco comum em estruturas que envolvem profissionais do meio jurídico, essas ferramentas têm o poder de apontar erros recorrentes e quais são as virtudes de seu time. Em função disso, considera-se ser imprescindível criar indicadores de desempenho.
Podemos tomar como exemplo o acompanhamento de atividades muito simples dos departamentos jurídicos a partir de indicadores vinculados a prazos, como o tempo para a entrega de pareceres. Por vezes, as áreas finalísticas ficam prejudicadas em seus processos de trabalho devido à demora na análise de um contrato ou na apreciação de um termo de adesão.
Não é novidade para ninguém que algumas ferramentas tecnológicas podem melhorar, e muito, a gestão do departamento jurídico. Entre os principais recursos, temos os chamados softwares jurídicos, com dezenas de funcionalidades, como:
Perceba que as principais vantagens de contar com esse tipo de ferramenta na gestão do departamento jurídico tem a ver com gestão da informação. No dia a dia das assessorias jurídicas, esse é um aspecto fundamental, pois qualquer inconsistência em dados de um processo pode levar o advogado a cometer erros graves.
Outra dimensão importante e que também pode auxiliar a gestão do departamento jurídico é a implementação da gestão estratégica. Na prática, isso nada mais é que planejar as ações e atuação do departamento, verificando periodicamente os resultados alcançados ou não.
Um primeiro passo nesse sentido pode vir a ser a promoção de reuniões gerenciais com a equipe para que se estabeleça em primeiros encontros uma espécie de diagnóstico. A partir disso, passa a ser possível empreender esforços para enfrentar situações de dificuldade e projetar avanços, que sempre devem estar subsidiados por metas.
Essa nova organicidade conferida ao departamento contribui, inclusive, para se desfazer a imagem de que esses setores não passam de centro de custos. Isso porque os demais gestores enxergarão os esforços promovidos para o melhoramento de resultados.
Como vínhamos falando, o departamento jurídico, a depender do nível de gestão levada na prática, seja de pessoas, recursos ou processos de trabalho, merece passar por uma verdadeira reformulação.
Em meio a esse trabalho, os advogados do departamento podem e devem contar com a experiência de outras equipes da organização. Isso contribui para uma integração necessária ao sucesso de atividades em curso e também para a assimilação de práticas assertivas.
Ademais, é sempre importante manter o departamento jurídico próximo aos demais setores, desconstruindo aquela imagem que se trata de uma parte do organograma da empresa que tem “vida própria” e independe da existência de qualquer outro. Chamamos atenção para esse problema na introdução deste artigo.
Depois de acompanhar todas as nossas dicas sobre gestão do departamento jurídico, você está apto a levar para a empresa em que você atua boas propostas de otimização de processos de trabalho. Perceba que pequenos esforços, que não envolvem grandes cursos ou quadro de pessoal, podem ter um impacto formidável.
Para continuar bem informado, confira mais este artigo no blog da Século XXI Minas Conveniada FGV.
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