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publicado em
18/07/2022
atualizado em
18/07/2022
às 15:03
por:
Século XXI
Tag's:
COMPLIANCE, Compliance empresarial, LGPD,
Compliance: o que é e por que é importante dentro das empresas?

Compliance: o que é e por que é importante dentro das empresas?

Se você está inserido no universo corporativo já deve ter recebido informações e treinamentos sobre compliance ou, pelo menos, já ouviu o termo em comunicados e documentos da empresa.

Ele é um tema bastante atual e que tem alcançado uma importância cada vez maior nas organizações. Se você não sabe o que significa, ou já ouviu falar, e quer mais informações, continue lendo este artigo. 

Tire suas dúvidas sobre ele e conheça seus principais benefícios.

O que é compliance? 

O termo compliance tem sua origem no verbo “to comply”, do inglês, e significa “estar de acordo”. No ambiente corporativo ele significa estar em conformidade com os regulamentos internos da empresa e externos à ela, ou seja, com as regras de governança corporativa, com as leis e padrões éticos. 

Podemos dizer que o compliance é um sistema que proporciona o controle interno da das atividades das empresas, da contabilidade organizacional e de suas análises econômico-financeiras entre elas e o poder público, com mais clareza, ética, segurança e transparência.

Qual é a função do compliance?

Orientar as empresas quanto a seu comportamento no mercado onde atuam, principalmente em sua gestão jurídica, para minimizar os riscos que podem envolver suas transações.

Veja também: Você acompanha as tendências da gestão jurídica empresarial?

Quando o compliance surgiu?

Ele surgiu na virada do século XX, quando o Banco Central dos Estados Unidos foi criado com o objetivo de ser uma instituição financeira mais segura, estável e flexível. Na década de 70 foi criada a lei anticorrupção, que endureceu e criou penas mais pesadas para as organizações americanas envolvidas em casos de corrupção. 

Posteriormente, em função dos vários escândalos que vieram à tona envolvendo empresas privadas e o governo americano, várias empresas tomaram a iniciativa de adotar práticas de compliance por contra própria.

No Brasil, ele surgiu em 1992, ainda no governo de Fernando Collor, mas ganhou mais notoriedade com a promulgação da Lei n° 12.846/13 (Lei Anticorrupção) e de sua regulamentação pelo Decreto n° 8.420/15.

No entanto, a integração das práticas de compliance à cultura organizacional começou a ganhar mais importância quando as empresas começaram a obter vantagens por apresentarem um setor de compliance ativo e bem estruturado.

Tipos de compliance

Com o tempo, os programas de conformidade foram sendo ampliados para se adequarem aos mais diferentes tipos de segmentos. Desta ampliação, surgiram 5 tipos diferentes de compliance.

1. Compliance empresarial 

Tem o objetivo de mostrar às organizações se seus padrões de atuação estão de acordo com as normas de controle interno, em todos os seus departamentos, e também externos ao negócio aos quais elas precisam se adaptar. 

Todos precisam atuar de acordo com as regras estabelecidas, desde os colaboradores até a alta administração.

Confira essa matéria completa: Entenda de vez o papel do departamento jurídico da empresa

2. Compliance trabalhista

É altamente relevante para toda a organização, pois define deveres, direitos, normas, obrigações e regras para toda empresa. Todos precisam conhecer o código de conduta da empresa e atuar em conformidade com ele. 

O compliance trabalhista prevê, por exemplo, a existência de um canal para denúncias anônimas, onde qualquer colaborador pode fazer denúncias sobre irregularidades, sem sofrer sanções ou penalizações por isso.

Ele prevê também o cumprimento das normas da LGPD nas relações de trabalho. Para saber mais acesse aqui a Lei nº 13.709/2018. 

3. Compliance tributário

Está relacionado aos padrões de integridade e honestidade estabelecidos nas normas internas da organização, referentes à prevenção dos riscos que possam causar a violação das leis tributárias.  

4. Compliance fiscal

Orienta, organiza e monitora documentos fiscais e o cumprimento das normas,  regulamentações, diretrizes e políticas definidas por lei, e suas atualizações,  relacionadas às obrigações fiscais de uma empresa, como por exemplo,  as instruções normativas emitidas pela Receita Federal. 

Enquadram-se aqui as informações sobre transações bancárias, folhas de pagamento, estoque, compra e venda, custos e números patrimoniais.

5. Compliance socioambiental

É responsável pelo cumprimento e comprometimento da empresa com as regras e leis de ESG. Isso previne riscos e penalidades administrativas, civis e penais relacionadas à degradação do meio ambiente. 

Além disso, mantém uma boa imagem da empresa perante investidores e consumidores.

Qual é a relação entre LGPD e compliance?

Como você viu acima, enfatizamos a importância de aplicar a Lei Geral de Proteção de Dados ao compliance trabalhista. Ela é a lei que regulamenta a proteção e a transferência dos dados pessoais no Brasil.

Segundo ela, as empresas precisam dar o tratamento adequado a eles e não usá-los sem o conhecimento e consentimento explícito de seus proprietários, a fim de evitar riscos e problemas jurídicos.

Como as empresas detêm um grande volume de dados como RG, CPF, origem, etnia, filiação, saúde, opinião política, religião e outros, de todos os seus colaboradores, os profissionais de compliance precisam desenvolver sistemas de proteção para estes dados, para evitar vazamentos e uso não autorizado dos mesmos.

O mesmo vale para os dados de clientes, fornecedores e parceiros de negócios.

Quem cuida do compliance nas organizações?

Atualmente dois tipos de profissionais se responsabilizam pelo compliance dentro das organizações.

Profissional de compliance

Implementa e faz a gestão dos programas em todas as áreas das organizações e instituições. Ele avalia riscos e estabelece os processos de conformidade e  não precisa ter uma formação específica. Pode ser um profissional formado em direito, administração, engenharia ou ciências contábeis.

Advogado de compliance

Fornece consultoria jurídica para garantir o cumprimento das normas internas, externas e das leis estabelecidas pelo poder público. Ele precisa ter conhecimentos sólidos sobre as regulamentações nacionais e internacionais e sua função é minimizar riscos para evitar danos

Qual o real papel do compliance? 

De forma simples, o compliance deve criar mecanismos preventivos que eliminem falhas, riscos e evite problemas maiores para a empresa no futuro, como processos trabalhistas, multas e penalizações. 

A proposta é fortalecer a presença e a imagem da empresa e garantir sua credibilidade junto ao mercado e aos órgãos públicos. 

Saiba mais: 6 desafios da advocacia corporativa

7 benefícios do compliance dentro da empresa

1. Preservar a integridade civil e criminal de toda a organização

Se as práticas organizacionais estão regularizadas e em conformidade com as práticas de compliance, todos os integrantes do time, desde a alta administração, até os colaboradores, estão protegidos de problemas com a lei.

2. Identificar riscos e prevenir problemas

Quando as ameaças e riscos são identificados, é possível adotar medidas preventivas e evitar que haja prejuízos para a empresa.

3. Corrigir as não-conformidades.

Se as atividades empresariais estão sob controle, as equipes de compliance podem identificar não-conformidades para orientar e conduzir suas correções e evitar problemas futuros.

4. Mais eficiência, produtividade e qualidade dos serviços/produtos.

Ao estabelecer um código de ética claro e objetivo e comunicá-lo a todos os colaboradores, a empresa permite que os gestores tomem decisões mais assertivas e melhorem o ambiente e o bem-estar corporativo.

Como resultado, as equipes se tornam mais eficientes e produtivas e os custos são reduzidos.

5. Mais competitividade em relação à concorrência

Se uma empresa se torna mais produtiva, eficiente, reduz custos, tem sua integridade civil e criminal preservada e aumenta sua qualidade nas entregas, ela se torna mais competitiva, pois passa a ser uma referência no mercado onde atua.

6. Governança corporativa ampliada

Ao estabelecer as regras de compliance, a governança corporativa passa a ter um guia sólido para atuação junto a seus parceiros, fornecedores e clientes.

7. Cultura organizacional consolidada, aumento de sua credibilidade e da sustentabilidade.

Por tudo que vimos até aqui, a cultura organizacional se torna ainda mais sólida, tanto interna quanto externamente. Assim, a marca ganha destaque e credibilidade, atrai mais investidores e investimentos e se torna ainda mais competitiva, lucrativa e sustentável.

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A equipe é designada para atuar em um determinado tempo, de forma esporádica, para avaliar determinadas situações ou áreas. A equipe atua o tempo todo, acompanhando os processos e procedimentos de todas as áreas para garantir o cumprimento de normas, leis e regras internas e externas. 

Confira esse post completo: Você realmente sabe o que é direito empresarial?

O que é o Programa de Compliance e Ética Empresarial

A prática do compliance é um programa muito abrangente e cuida também de todas questões relacionadas à cultura organizacional, sustentabilidade, ética e os demais riscos e irregularidades que podem estar envolvidos nas atividades da empresa.

Ele se divide em 5 fases:

Fase 1: avaliação de riscos
  • Mapear processos e interações com o setor público.
  • Avaliar e mensurar a exposição ao risco
  • Realizar o due diligence anticorrupção, um processo de diligências e investigação de terceiros.
Fase 2: desenvolver um ambiente ético
  • Desenvolver um ambiente corporativo íntegro e ética, a partir da criação e implantação da estrutura de governança do programa anticorrupção.
Fase 3: criar atividades de controle
  • Criar e implantar atividades e mecanismos de controle para identificar e remediar brechas de controles internos.
Fase 4: estruturar canais e processos
  • Estruturar canais de denúncias e processos investigativos internos.
  • Desenvolver treinamentos e planos de comunicação para os times.
  • Desenvolver planos de gerenciamento de crise.
Fase 5: monitoração 
  • Verificar se a empresa está em conformidade com as regras empresariais e as melhores práticas de mercado.
  • Rever processos e realizar auditoria interna
  • Monitorar planos de remediação e ações corretivas.

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