A cadeia produtiva do agronegócio brasileiro tem grande destaque em todo o mundo. Priorizamos a produtividade e temos a capacidade de operar em ambientes adversos, com clima variável, dificuldade econômica e vários outros riscos.
Todo esse sucesso é decorrente de uma cadeia produtiva bastante complexa e diversificada. Nossos produtores agem em diversas frentes, em um sistema muito forte, participativo e abrangente.
Para enfrentar a competitividade com o mercado externo, as empresas brasileiras costumam trabalhar de forma coordenada com seus fornecedores, distribuidores e clientes.
Esse estreitamento entre os diversos atores do processo produtivo permitiu o aperfeiçoamento do conceito de cadeia produtiva do agronegócio.
Isso mostra que o conhecimento adquirido anos atrás pode já ter ser sido modificado com o acréscimo de mais agentes ou adequação na relação entre empresas com seus fornecedores e clientes.
Por essa razão, devemos sempre aprender sobre as cadeias produtivas do agronegócio, buscando entender melhor a relação entre seus diversos agentes. Com isso, conseguiremos aproveitar as oportunidades e fazer nosso negócio crescer.
Vários são os conceitos que explicam o termo “cadeia produtiva do agronegócio”. A definição mais comum e simplista é: conjunto de elementos (“empresas” ou “sistemas”) que interagem em um processo produtivo para oferta de produtos ou serviços ao mercado consumidor.
Entretanto, em virtude da maior globalização e aumento da competitividade, com evolução dos segmentos e avanços tecnológicos relacionados aos processos produtivos e de gestão, o conceito de cadeia produtiva está em constante evolução.
Em virtude dessa evolução, as cadeias vêm se tornando cada vez mais interligadas em uma imensa rede de negócios e cooperações, na qual todos seus agentes agem em conjunto, criando uma grande cadeia produtiva do agronegócio.
A ideia das redes é fazer com que os parceiros atuem de forma conjunta. Assim, independentemente da forma como se organizam, as empresas ligadas ao agronegócio se beneficiarão da cadeia produtiva, utilizando insumos, serviços e benefícios de parceiras para desenvolverem seus produtos e serviços.
Dessa forma, com uma atuação mais integrada, conseguimos identificar as necessidades e expectativas de determinado segmento e as carências e fragilidades de outro.
Devido à sua grande participação mundial na produção de alimentos, o agronegócio brasileiro apresenta cadeias produtivas bastante variadas. Temos a cadeia produtiva do leite, da carne, da soja, da laranja, entre diversas outras.
Por essa razão, um único agente econômico tende a compor várias cadeias produtivas no país. Veja o exemplo de uma empresa de fertilizantes. Ela participa das cadeias do açúcar, da laranja, do trigo, da carne e daí por diante, embora cada uma dessas cadeias tenha sua individualidade e sua agenda próprias.
Nesse contexto, você saberia dizer qual seria o nosso papel para a evolução dessa imensa rede de negócios?
Nesta rede de negócios, somos mais um agente, por isso nosso papel é identificar, avaliar e nos relacionar com outros agentes econômicos/produtivos, que também são participantes da cadeia produtiva do agronegócio.
Essa maior interação dará subsídios à formulação de políticas de relacionamento entre os agentes, sempre priorizando a formação de novas alianças que levarão ao desenvolvimento regional, nacional e internacional do agronegócio.
Várias metodologias hoje tentam explicar com exatidão o que é uma cadeia produtiva do agronegócio. Uma das metodologias propostas foi desenvolvida pela EMBRAPA.
Segundo seus pesquisadores, uma cadeia produtiva do agronegócio padrão se caracteriza por possuir cinco segmentos (elos), como visto na imagem a seguir.
Como vemos na representação, os setores são representados pelos seguintes atores:
1. Fornecedores de Insumos: Estas são as empresas que têm por finalidade ofertar produtos primários para as fazendas, como sementes, calcário, adubos, ração, máquinas, implementos agrícolas e tecnologias.
2. Produtores Rurais: A função destes agentes é usar a terra para produção de commodities, caso da madeira, cereais e oleaginosas, além de leite e carne. Estas produções são realizadas em sistemas produtivos (fazendas, sítios, granjas, hortas).
3. Processadores: Representadas pelas agroindustriais, responsáveis por pré-beneficiar, beneficiar ou transformar os produtos recebidos pelos agricultores. Exemplos:
4. Atacadistas e Varejistas: Os atacadistas são grandes distribuidores com a função de abastecer redes de supermercados, postos de vendas e mercados no exterior. Por sua vez, os varejistas constituem os pontos cuja função é comercializar os produtos junto aos consumidores finais.
5. Mercado consumidor: Representa o ponto final da comercialização. Ele é constituído por grupos de consumidores. Este mercado pode ser doméstico, se localizado no país, ou externo, quando em outras nações.
Vale ressaltar que o relacionamento entre os atores da cadeia produtiva do agronegócio está sujeito a influências de dois ambientes: o ambiente institucional e o ambiente organizacional.
O ambiente institucional faz referência aos conjuntos de leis (ambientais, trabalhistas, tributárias e comerciais), normas e padrões de comercialização que representam os instrumentos que regulam as transações comerciais e trabalhistas no setor.
Já o ambiente organizacional é estruturado por entidades que exercem influência sobre a cadeia produtiva, tais como: agências de fiscalização ambiental, agências de créditos, universidades, centros de pesquisa e agências credenciadoras.
Como vimos até aqui, a cadeia produtiva do agronegócio é representada por um conjunto de ações/etapas consecutivas que, através de transformações, fazem o produto chegar até a sua constituição final.
Vimos também que a sucessão de operações ocorre de forma integrada e inseparável, onde cada elo depende de quem fornece a matéria-prima e de quem recebe o produto, pagando valores para isso.
Em razão dessa dependência, qualquer erro mais grave em qualquer um dos segmentos pode impactar profundamente os segmentos subsequentes, ou seja, basta um elemento da rede enfrentar algum problema, que todos os outros serão afetados direta ou indiretamente.
Por isso, precisamos entender as características dessa cadeia. Esse entendimento possibilitará a nós ter a capacidade de:
Pela ótica de cada participante, de cada elemento da cadeia (que é o nosso caso), a maior vantagem da adoção deste conceito está no fato de conseguirmos entender a dinâmica do sistema, principalmente quanto à compreensão dos impactos decorrentes de ações internas e externas.
Internamente, podemos nos deparar com aumento da competitividade, elevação no preço dos insumos e até a falta dos mesmos. Já do ponto de vista externo, podemos encarar novas alíquotas de impostos ou imposições tarifárias que podem nos surpreender e fazer com que pensemos como enfrentá-las.
Assim, com o melhor entendimento da cadeia, conseguimos nos antever a esses problemas que porventura surjam no caminho. Também podemos visualizar as oportunidades. Saber aproveitá-las dependerá do quanto conhecemos a cadeia em que estamos inseridos.
Quer saber mais sobre como é a relação entre diversos segmentos e sobre outros fatores que podem afetar a cadeia produtiva? Então aprenda mais sobre a economia compartilhada.